Existe ciência por trás da intuição?



O cérebro é uma grande máquina de previsões que compara a informação sensorial e as experiências atuais com o conhecimento e as memórias de experiências vividas. A isto chamamos "estrutura de processamento preditivo”. A intuição ou o instinto também são o resultado de vários processamentos que ocorrem no cérebro.

 

Por exemplo, você pode estar dirigindo por uma rodovia no escuro ouvindo uma música, quando de repente você tem a intuição de dirigir perto da faixa que divide a pista. Em seguida, você percebe que evitou um enorme buraco. Você fica feliz por ter confiado no seu instinto mesmo que não saiba de onde ele veio. Na realidade, o carro que está longe na sua frente fez um desvio parecido e você percebeu o movimento, mesmo que não conscientemente.

 

Ao acumular muita experiência em uma determinada área , seu cérebro tem mais informação para combinar as experiências atuais com as do passado. Isso torna a intuição mais confiável. E significa que, assim como a criatividade, sua intuição pode melhorar com a experiência.

 

Diferenças entre análise e intuição

 

O pensamento intuitivo é descrito como automático, rápido e subconsciente. Por outro lado, o pensamento analítico é lento, lógico, consciente e deliberado.

 

Os dois estilos de pensamento são complementares e podem funcionar como em um concerto - com frequência empregamos ambos simultaneamente. Até pesquisas inovadoras podem começar como um pensamento intuitivo que leva cientistas a formular ideias e hipóteses inovadoras, e depois elas serão ou não validadas por rigorosos testes e análises.

 

As falhas da intuição

 

A intuição se baseia em um processamento evolutivamente mais antigo, automático e rápido. É vítima da desorientação, assim como de tendências cognitivas.

 

Como o processamento rápido é antigo, ele pode estar desatualizado. Pense em uma torta de chocolate… Mesmo que você fique tentado a comê-la inteira, é improvável que precise dessa quantidade enorme de açúcar e gordura. Entretanto, na época dos "caçadores-coletores", estocar energia era um instinto sábio. Percebe? O que poderia fazer sentido no passado pode deixar de fazer sentido após algum tempo. E até nossos processos evolutivos “atualizarem” nossos instintos pode levar gerações.

 

Está na hora de parar a caça às bruxas da intuição e enxergá-la pelo que ela é: um estilo de processamento rápido, automático e subconsciente que pode nos dar informações que a deliberação analítica não pode. Não é mágica, não é exclusividade das mulheres. Combinamos pensamento analítico e intuitivo o tempo todo, sem sequer percebermos.  

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