Você chegou! E um turbilhão de emoções veio com você!


1*LlKS-gADn6MZi86DOWRSwA.jpeg

Um misto de felicidade, ansiedade e apreensão tomam conta. Nos primeiros dias tudo é encantamento. Aos poucos, o olhar adapta-se às maravilhosas mudanças do novo país e uma pontinha de saudade do que ficou pra trás começa a dar sinal de vida. Pode ser dos familiares, da antiga casa, do bairro ou das amigas… Aquilo que era tão conhecido e fazia parte de sua vida todos os dias não está mais ali. E a vida deve prosseguir tendo você como protagonista, equilibrando forças antagônicas que comunicam, ao mesmo tempo, alegria e tristeza. Sim, tristeza. Você pensou que seriam só alegrias? O pacote costuma vir completo.

Junto com a excitação, um friozinho na barriga… Em seguida, nos primeiros dias,  um certo receio, um hábito antigo de olhar em volta ao andar à noite como quem confere se é mesmo seguro soma-se à alegria de saber que é possível atender ao celular na rua, pois ninguém irá tomá-lo de você. Ou usar aquele relógio especial que você ama, mas que estava guardado há tanto tempo que você já nem se lembra… Os dias vão passando e tudo parece maravilhoso. Um apertinho no coração aqui e ali, uma saudade de pessoas, lugares e aromas, mas nada que pareça tão sério a ponto de ameaçar a felicidade de poder desfrutar do que você tanto sonhou. Aos poucos, a vida vai se encaixando, algumas rotinas são desenhadas e o encantamento e a fascinação passam a acompanhar a vida real, que você ainda não conhece, mas que já se anuncia. Junto com eles, a descoberta de que em Portugal fala-se um português que nem sempre você entende e que aquele calor humano que você experimentava no Brasil ( e que você nem achava tão bom assim quando morava lá) ficou pra trás. Por mais cordiais que possam ser os portugueses, tem coisas que são apenas nossas. Pro bem e pro mal. 

Os dias se sucedem, as pessoas parecem andar pra lá e pra cá cheias de coisas pra fazer e por mais que você também tenha seus próprios afazeres, parece que falta algo que você não sabe bem o que é. Seriam saudades de casa? Porque mesmo não sendo aquela a casa que você sonhou - sobretudo quando você pensa em termos de país- era a casa com a qual você tinha uma forte ligação. E a dor começa, devagarinho, a anunciar-se. Inicialmente talvez de forma tímida (afinal, você teria todos os motivos para estar feliz), em alguns momentos mais intensa, mais presente. E vem como quem rouba a sua paz num momento em que você imagina que seriam só alegrias. 

Por que a dor pode aparecer? Por que ela invade de tempos em tempos, em alguns momentos vai embora, mas em seguida aparece novamente, como a lhe lembrar que a nova vida não é tudo aquilo que você sonhou? Você pensa, mesmo sem querer pensar, e não chega a uma conclusão. E aí você tenta se convencer de que tudo deve melhorar… 

Boa parte das vezes nossas inquietações estão permeadas por fantasias e crenças limitantes que, por mais que nos esforcemos, não permitem que o alívio e as respostas às nossas angústias cheguem espontaneamente até nós. Se for seu caso, busque ajuda.

Gostou do artigo? Conhece alguém que se beneficiaria com esta leitura?

Compartilhe à vontade este texto ou partes dele. Os artigos estão aqui para ajudar. Só peço a gentileza de que me atribua a autoria.

Compartilhe o artigo nas suas redes sociais: